Lula e Nísia deixam os brasileiros sem vacinas

Ainda era abril (22) e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, dizia que não havia atraso na compra de vacinas contra a covid. Segundo a ministra, a “discussão de atraso deve ser revista”, afirmando à Globonews: “O ministério faz política de vacinação desde o 1º momento que iniciamos o nosso trabalho”. Mesmo com o  discurso, a verdade chegou, e de forma preocupante para os brasileiros. Apesar das retóricas a favor das vacinas, o ministério da Saúde deixa municípios desabastecidos. A apuração  recente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que mais de 64% dos municípios brasileiros estão enfrentando estoques insuficientes de vacinas. O levantamento, realizado em setembro, escancarou falhas na administração do ministério da Saúde, ameaçando a imunização nacional e repetindo a baixa cobertura de 2022.

 

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Apesar das campanhas do ministério da Saúde, a realidade nos municípios aponta para uma escassez preocupante. De acordo com o estudo, a maior escassez são as contra varicela (catapora), covid-19 pediátrica, meningite tipo C, hepatite A, a tetraviral  (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) e a DTP (difteria, tétano e coqueluche). Os estados mais afetados são Santa Catarina, onde 83,7% dos municípios estão sem vacina, seguido de Pernambuco (80,6%) e Paraná (78,7%). Das 27 unidades federativas do país, 20 apresentam pelo menos 50% dos municípios sem imunizantes. “No fim, quem paga a conta é a população, que na grande maioria das vezes não tem condições financeiras de obter essas vacinas na rede privada e fica à mercê do governo”, afirma Francisco Cardoso, médico infectologista e membro da Câmara Técnica de Infectologia do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Nísia Andrade, socióloga,  é reconhecida como a ministra da saúde  que nos levou a um novo recorde em casos de dengue. O Brasil alcançou a marca de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue em 2024, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, cobrindo o período de 1º de janeiro a 7 de outubro. O coeficiente de incidência é alarmante: 3.221,7 por 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde considera que taxas superiores a 300 casos por 100 mil habitantes já configuram uma epidemia. Até o momento, 5.536 mortes foram confirmadas, com outros 1.591 óbitos sob investigação. Os números revelam um crescimento de 400% em relação ao mesmo período de 2023, quando o país registrou 1,3 milhão de casos prováveis e 1.179 mortes por dengue ao longo de todo o ano.

As complicações da catapora, por exemplo, podem se agravar significativamente nos casos em que a criança não tenha recebido a vacina. Segundo informações do próprio Ministério da Saúde, entre as principais consequências estão a encefalite, uma inflamação aguda no sistema nervoso central, além de pneumonia e infecções na pele e ouvido. Já a meningite C, cuja vacina é a terceira mais em falta nos municípios, pode causar complicações graves como danos cerebrais, perda de audição e visão, paralisia ou amputação de membros e atrasos no desenvolvimento motor.

 

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Se houver um desencadeamento de uma epidemia de meningite C, por exemplo, o impacto na saúde pública seria imenso. Isso exigiria não apenas uma alta hospitalização, mas leitos de UTI muito específicos para doenças contagiosas. Dezoito estados brasileiros relataram falta total ou parcial de vacinas contra a Covid-19 para vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a apuração, a escassez é maior entre as doses voltadas ao público infantil menor de 12 anos. No entanto, o Ministério da Saúde negou que haja uma “falta generalizada” e disse que houve um “desabastecimento momentâneo”, e que iria começar a fazer novas entregas ainda a partir de quarta (23), mas sem detalhar como. Parte da dificuldade se deve ao fato de que o governo perdeu mais de 4 milhões de doses devido ao fim do prazo de validade. O volume representa um terço das 12,5 milhões de vacinas compradas da farmacêutica Moderna em 2024.Falta de vacina contra covid-19 expõe contradições na gestão de saúde. A vacina da covid-19, cuja eficácia e segurança foram amplamente debatidas durante os anos de pandemia, também enfrenta escassez. Atualmente, a vacina de covid para adultos é a sétima mais em falta nos municípios.

Importante constatar que chama a atenção é que até mesmo o imunizante da covid, que foi alvo de questionamentos, e tão defendido pela ministra Nísia, pelo Lula e por todos do atual governo, também estejam em falta. Ou seja, aparentemente a preocupação não era exatamente a vacina, mas apenas uma narrativa contra adversários políticos.

 

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A escassez de imunizantes pode gerar problemas mais amplos quanto à segurança de quem está na gestão. Será que as pessoas que estão na gestão estão sabendo o que estão fazendo? Se está faltando vacina, o que mais está faltando na assistência à saúde no Brasil?  A área de saúde  aponta para a necessidade da responsabilidade do governo. Sobre a falta de vacinas contra a covid, o Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que uma nova remessa de 1,2 milhão de doses da vacina de covid para o público infantil começou a ser distribuída nesta semana.

A sociedade organizada e o  Congresso Nacional precisam cobrar responsabilidade dos governantes e das instituições de forma equânime. “Essas questões são relevantes e dizem respeito ao direito de cada cidadão brasileiro. A irresponsabilidade do Ministério da saúde do governo Lula  deve ser levada ao Congresso e instituições como o Ministério Público. A realidade é que o governo Lula se contradiz com discurso a favor de vacinas e carência de imunizantes em municípios. Falta responsabilidade com a vida.

 

Por Túlio Ribeiro é economista, mestre em história e doutor em política estratégica.

 

 

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